Cordovil

Querer é poder...e acreditar é fazer.

Crónicas de um Ignorante

 

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Ontem a minha filha fez 1 ano de vida e eu decidi tornar-me um ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Vejamos eu acabei de dizer que a minha filha fez 1 ano ontem, mas na verdade ela fez 1 e 9 meses.
Ela nasce no ato da conceção e não quando sai da barriga da mãe dela, e se eu acredito nisso porquê que devo acreditar que ela fez 1 ano só porque está estabelecido?
Eu posso querer ser ignorante mas vou continuar a pensar e a saber pensar.
Se virem bem, a ignorância por vezes pode ser muito boa, mas como?
Por exemplo a ignorância é o que nos permite viver o dia a dia sem ficarmos completamente doidos;
É o que controla o conhecimento e que o restringe;
É o que nos retira o stress e permite-nos dormir melhor, e também é o que alivia a consciência e que permite-nos sorrir quando realmente queremos chorar;
E por fim é aquilo que permite-nos ser feliz mesmo que por segundos.
Como ignorante que sou, sei muito menos que muitos, mas ainda sei um pouco mais que alguns, logo sei que aqueles que sabem menos que eu, por vezes conseguem ser e até viver muito melhor e mais felizes do que eu.
Todos os dias questiono-me como seria ser uma pessoa ou até um outro qualquer animal, que viva na ignorância da sua inteligência.
Eu tomei a decisão de encarar a ignorância como uma virtude, porque como já não sou assim tão ignorante, a minha sanidade começa a ficar em causa...
É como dizem de génio e louco todos temos um pouco, e normalmente diz-se que os grandes génios para além de ser muito inteligentes e terem muito conhecimento estavam quase sempre no limite da loucura.
Agora questiono como pode a humanidade, aqueles que não são "ignorantes", viver o seu dia-a-dia sabendo que toneladas de comida, vão todos os dias para o lixo e que toda a comida deitada fora no mundo durante um mês, daria para alimentar durante um ano todos aqueles milhares de milhares que morrem todos os dias à fome e ainda saciar a fome a outros tantos que passam necessidades.
Como é que eu consigo ficar mentalmente bem? É fácil?
Basta ignorar... esses milhares, que morrem diáriamente, como se fosse uma realidade distante ou quase uma história do passado ou ainda um pesadelo e continuar a minha esta vida de abundância, enquanto os outros por vezes nem água têm para beber.
Mas se a maioria não os ignorar, uma de duas coisas poderia acontecer, ou enlouquecíamos ou tomaríamos uma atitude e criávamos um sistema mundial de recolha de comida e bens básicos e distribuiríamos esses supostos desperdícios mensais dos países "ricos", e assim dariamos a maior dádiva que um esfomeado podia receber.
E num simples gesto, com algum esforço coletivo e com uma nova atitude mundial, gastando muito pouco dinheiro para que isso seja possível, poder-se-ia acabar com a fome, quase todas as guerras e algumas doenças pelo mundo todo.
O mundo iria ficar muito melhor ninguém sairia a perder pois mesmo aqueles que lucram com as guerras, com as doenças e com a fome, iriam lucrar na construção de habitações em vez de armas, na educação, na saúde e até na saúde dos filhos que os milhares poderiam ter senão morressem à fome.
E aqueles que dariam os desperdícios alimentares hoje, um dia poderiam vender outros artigos mais frescos a esses milhares depois de eles serem alimentados, reeducados e arranjarem um emprego.
Seria tão bom que todos nós fossemos mais ignorantes e felizes... do que ambiciosos e ricos, eu prescindiria de muitos bens, pela felicidade mundial e pela minha própria consciência.
Seria um mundo muito melhor, em que todos remariam no mesmo sentido, uma nação, em que se morria pela velhice e algumas doenças ainda incuráveis e não de fome, guerra e miséria originado pelo "Ser todo Poderoso e Ignorante...", a criança imatura e egoísta que é o Ser Humano.
Manuel Cordovil
2012-07-08
 

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Ontem fui tentar fazer uma tarefa doméstica que terminou muito mal, então decidi tornar-me num ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Como mencionei, eu ontem fui tentar fazer a simples tarefa de apanhar a roupa que estava estendida na nossa janela no terceiro andar, pelo que parecia ser uma tarefa bem fácil, o que aconteceu depois veio-se a tornar num feito quase heroico.
Quando fui para abrir a janela, ela não queria abrir, então, fazendo uso da força conhecida nos homens, tentei mas não serviu de nada, mais um pouco de força e nada, então decidi pedir ajuda a quem me tinha dado a tarefa, a minha mulher e então pensei que o toque feminino conseguisse abrir e nada.
Quase a desistir tentei empurrar a janela do lado de fora, através de outra janela lá perto, enquanto a minha mulher a puxava do lado de dentro e foi quando tudo aconteceu à quarta pancada a janela abriu-se mas não como eu queria parti a janela e cortei-me em diversos sítios no braço.
Resumo mais de 10 cortes no braço um vidro novo que custou 30 euros de despesa, mas no dia a seguir foi o que me levou a ser mais ignorante.
Depois de um dia de trabalho quase exclusivamente com a mão esquerda, fui fazer um penso ao posto médico aqui perto de casa creio que eram 19h06, tirei a senha no RC com ajuda do segurança e saiu uma senha 72 A para tratamento sem consulta marcada e fui esperar para o terceiro andar.
Entretanto lembrei-me que os tratamentos eram feitos no 4º andar e fui esperar lá para cima. Esperei… e esperei… até que passado 10 minutos chamaram uma senha 54B que entrou nos tratamentos. Passados 15 min saiu e continuei a esperar até que depois de ver diversos médicos e outros funcionários entrarem na sala de tratamentos e depois de ouvir uma conversa muito animada decidi ir perguntar se podia ser atendido.
Bati à porta encostada e perguntei se algum dos 3 médicos/as ou se a enfermeira me podiam atender pois o 72 A nunca mais era chamado, então disseram que essas senhas tinham que ser primeiro no 3 andar e só depois de pagar 4 euros e dar alguns dados, é que chamaram e fui atendido.
Já na sala de tratamento e como ignorante que sou, disseram que um dos cortes era muito profundo e devia ter levado pontos, mas que hoje já não iam dar porque não valia apena, e então depois de 6 minutos a fazerem o penso sai de lá eram 20h05.
Aprendi mais um pouco de burocracia, perdi 4 euros e 1 hora somando mais os 30 euros do vidro novo e ainda fiquei aleijado no braço, acho que dispensava a burocracia e a perca de tempo.
Moral, se eu tivesse ignorado o pedido de ajuda da minha mulher, estaríamos todos mais felizes e não se esqueçam, nunca peçam a um homem ignorante para vos ajudar nas vossas tarefas domésticas.
Manuel Cordovil
2012-07-09
 

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Hoje um amigo meu iria deixar de fumar mas não conseguiu e foi então que decidi tornar-me num ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Hoje durante o almoço estava a conversar com um amigo meu sobre o tabaco, pois ele iria deixar de fumar hoje, mas parece que a droga falou mais alto e mais forte que a força de vontade dele.
Ele estava a tentar explicar-me, porque era difícil deixar de fumar e quais os benefícios do tabaco, por exemplo quando está com stress ou ansioso fuma um cigarro e fica mais descontraído, acrescentou também que fumava cigarros para ajudar a passar o tempo e como é “óbvio” fuma quando os outros vão fumar para fazer companhia, socializar e mais fácilmente se integrar.
Ele também deu alguns exemplos de outros benefícios do tabaco como neste caso para as fumadoras:
Quando as mulheres fumadoras estão nas compras e compram um artigo muito caro, quando saem da loja se apercebem que para além de ter sido muito caro não precisavam daquele artigo, começam então a ficar stressadas e então vão fumar.
Para poderem fumar têm que sair do centro comercial por ser proibido fumar lá dentro, andam até uma das saídas e fumam, ficando logo mais aliviadas das compras que fizeram e ainda acrescentou que como tinham que ir lá fora, perdiam algum tempo com o tabaco acabando assim por poupar mais em compras.
Embora seja uma boa análise do meu colega, existe uma falha crítica, pois se realmente as mulheres fumadoras ficam menos stressadas depois de fumarem?
Então o mais certo é elas entrarem novamente no Centro Comercial e voltarem a fazer com bastante facilidade uma segunda compra e o ciclo repete, e no fim do dia fizeram muitas compras inúteis que custaram uma quantia ridícula de dinheiro e creio que não haverá tabaco que lhes alivie depois de um dia desses.
E como nenhuma das opções me agrada acho que o melhor é fazerem como eu, se souberem o que é o tabaco e o mal que vos faz, então ignorem e são mais esses euros que não gastam, no próprio tabaco e numas possíveis compras :).
E se não sabem o que é o tabaco, então parabéns são um pouco ignorantes mas saudáveis e não correm o risco de começar a fumar, isto claro, até ao dia que deixem de ser ignorantes e descubram um dos maiores venenos da atualidade.
Manuel Cordovil
2012-07-10
 

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Hoje estive a conversar e discutir ideias sobre os vícios e foi então que decidi tornar-me num ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Hoje durante o almoço estava a conversar com um amigo meu, sobre os vícios e como é difícil deixar um vício.
Mas aqui a grande questão, é saber até que ponto um viciado em algo, 1º assume que é viciado, 2º assume que precisa de ajuda para deixar de ter o seu vício e por fim se gosta ou não desse mesmo vício.
É verdade que muitos não querem assumir os seus vícios e dependências porque normalmente um vício é uma “coisa” negativa.
Mas na prática mais cedo ou mais tarde, todos admitem, que tem um ou outro vício, o que não quer dizer que queriam deixar esse vício, ou que queriam ajuda a deixá-lo.
Mas neste caso, estávamos a falar de vícios muito maus, como a droga e neste caso a maioria sabe que é um vício e que precisam de ajuda para o deixar.
O nosso debate era se eles gostavam ou não desse seu vicio, como é obvio ninguém no mundo deverá gostar de ter que roubar, passar necessidades para comprar droga que apenas lhes dá poucos minutos de prazer e que depois, passam o resto do dia à espera da próxima dose, e para não falar que o seu corpo começa a ser destruído devido à má alimentação, falta de higiene e claro à própria droga.
Neste caso o meu colega defendia que eles não gostavam do vício, por essas razões todas, mas eu defendo que eles gostavam do seu vício, até mesmo depois de lhes destruir a vida como a droga o faz.
Do ponto de vista que 1º para um vício, se tornar um vício, tem que se repetir muitas vezes e claro só se repete uma situação se realmente se gosta desse vício.
O meu colega alegou que até podiam gostar no início, mas depois com aquela negatividade e autodestruição toda, o vício seria mantido devido à necessidade do organismo.
Eu concordei com ele até certo ponto, mas aleguei que apesar de todo o mal, eles gostavam do seu vício devido aos poucos minutos de prazer e delírio que o vício lhes proporcionava.
O meu colega mencionou que uma vez falou, com um dependente de esse tipo de drogas e que mesmo depois de um desmame, ele continuava a pensar naquela sensação de puro prazer que o vício lhe proporcionava, mesmo depois de terem passado pelo inferno na terra e terem conseguido sair dele, ele acrescentou que a única maneira de não ter essa sensação ou necessidade, seria nunca ter tido conhecimento dessas drogas.
E mais uma vez se um drogado pudesse optar por nunca ter conhecido essas drogas, ele optaria nesse sentido, pois apesar de ele nunca ir saber o prazer que lhe ia dar esse vício também nunca iria sofrer por tudo o que de mal acarreta esse vício e também não iria sentir falta de algo que nunca conheceu e fisicamente o seu corpo também não se iria ressentir, como seria bom se pudéssemos ser mais ignorantes.
Manuel Cordovil
2012-07-11
 

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Já estou divorciado e como sei que sou uma criança e como sofro muito por não ser feliz foi então que decidi tornar-me num ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Estive a pensar como seria mais feliz, se eu em vez de ser uma criança, fosse um “Zombie”, para quem não sabe o que é um “Zombie”, lamento retirar-vos desta ignorância mas é um ser, morto-vivo que não pensa e normalmente alimenta-se dos outros literalmente, atenção este ser em teoria não existe, qualquer semelhança com a realidade é pura ficção.
Mas quais as minhas razões de querer ser um Zombie?
Se olhar em minha volta, tudo o que vejo são “Zombies” com a exceção das crianças que ainda são puras e algo inocentes, estes “Zombies” vão para o trabalho, voltam do trabalho, alguns alimentam-se dos outros, mesmo que seja de forma indireta, quando vêem um problema ou algo que não gostam ignoram tal como um “Zombie” o faria….
Mas a melhor parte é que eles divertem muito mais que eu, primeiro, eles conseguem ignorar aquilo que eu já não consigo por não ser ignorante e por talvez pensar.
Eles conseguem desviar o olhar de um pedinte eu não, e respondo que não o posso ajudar, conseguem ver o noticiário e continuar a jantar, eu apenas me dá vontade de vomitar, com tudo o que acontece de errado neste mundo e ninguém faz nada, continuo a comer na mesma, porque preciso de me alimentar.
Mas e a liberdade que o “Zombie” tem?
Eles fazem o que querem, comem quem querem e quando querem.
Eles não são fúteis, não querem saber se estás linda ou se és gordo, branco, preto ou tinto.
Eles não ligam a modas, nem a roupas finas, nem se és rico ou pobre, eles comem-te na mesma, sem grandes perguntas e sem reclamar.
Eles jogam todos no mesmo clube, veem todos a mesma cor e duvido que tenham uma religião, porque se a tivessem não fariam todos o mesmo.
Conheço muitas pessoas que são religiosas e não a praticam, apregoam e fingem que seguem algo, mas na verdade apenas seguem o que lhes dá mais jeito.
Os “Zombies” Ignoram os problemas quase todos, não falam muito, o que simplifica o seu dia-a-dia, sem conversas não há discussão nem desentendimentos, tão bom.
Conseguem viver em grupos e socializar, neste caso atacar em grupo enfim, não muito diferente do que acontece na natureza.
Os “Zombies” têm uma vida estável ou até levarem uma bala na cabeça, mas é normal os humanos, não querem que uma aberração venha roubar aquilo que eles tiveram tanto trabalho a roubar… Mas não posso julgar ninguém, tanto os Humanos como os “Zombies” fazem tudo pela sua própria sobrevivência, matar ou morrer….
Primeiro mordem e depois mordem, simples…
Em resumo os “Zombies” não dão satisfação a ninguém, ignoram tudo e todos, ok não pensam, mas que se lixe, parecem ser o ignorante quase perfeito, senão fossem uma aberração da natureza, e em quase tudo muito igual aos Humanos, até quase que gostaria de ser um….
É por estas e por outras que gostaria de ser menos humano e mais ignorante, acho que vou continuar a ser criança e sofrer um pouco, talvez vez um dia cresça e comece a alimentar-me dos outros …
Manuel Cordovil
2015-04-06
 

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Depois de pensar e escrever um Conto da Vida sobre a Sabedoria, Inteligência e Cultura decidi tornar-me num ignorante do mundo e abraçar a ignorância como uma dádiva divina ou mágica mesmo que eu seja agnóstico, para mim é uma grande virtude é quase um dom a ignorância.
O que me fez querer ser mais ignorante?
Aqui fica o pequeno conto que escrevi sobre a Vida e Ignorância.
Contos da Vida (Crónicas de um Ignorante)
Era uma vez, um Sábio, um Inteligente, um Culto e um Ignorante.
O Ignorante pergunta: Ignorante -O que é isto que está aqui?
O Culto ouve, começa-se a rir, vira-se para o Inteligente e diz: Culto - Olha me este, coitadinho nem sabe o que é isto, é mesmo ignorante...hahaha
O Inteligente ouve o Culto, começa-se a rir, vira-se para o Sábio e diz:
Inteligente - Olha o Culto a rir do Ignorante, mas vai na volta e se calhar nem sabe usar aquilo...hehehe
O Sábio ouve todos, vira-se para o Ignorante e diz:
Sábio - Amigo de todos nós, eu sou o que sei mais e acredita no que te digo, se eu pudesse ser ignorante sobre esse assunto como tu assim o era, pois isso que perguntas, depois de saberes o que é, irias preferir não saber...
O Inteligente ouve aquilo, indignado e diz em tom alto para todos ouvirem:
Inteligente - Olha agora, queres ver o Sábio tem a mania que sabe mais que os outros! Eu sou muito inteligente quem sabe mais sou eu, e sou muito mais inteligente que o sábio e consigo usar e resolver equações que mais ninguém neste mundo consegue hehehe...
O Culto indignado ouve e reclama também em voz alta e com risos:
Culto - Hahaha nada disso, o Culto sou eu, quem sabe mais sou eu, não andei a memorizar quase todo o conhecimento do mundo para nada...
O Ignorante confuso e intrigado e muito curioso, com o que o Sábio disse, pergunta ao Sábio:
Ignorante - Sábio!? Porque dizes que sabes mais que os outros e dizes que preferias ser ignorante e não saber o que isto é??
O Sábio atentamente ouviu todos e num tom tranquilo mas audível responde ao que o Ignorante perguntou:
Sábio - Meu bom amigo Ignorante, eu posso não ser tão culto como o Culto e posso não ter tantos conhecimentos como ele sobre este mundo, igualmente até posso não saber resolver as equações que o Inteligente fala e até te disse que este conhecimento que procuras eu próprio preferia não ter.
É normal que fiques confuso, como é que alguém que recusa um conhecimento pode dizer que sabe mais? Eu explico.
Eu com a minha Sabedoria, consigo facilmente aprender e passar a saber conhecimentos que não tenho com base naquilo que já sei, consigo resolver as equações da vida, que muitos nem conseguem ler os formulários e mistérios destes Universos.
Todos os conhecimentos que o Culto tem e a inteligência que o Inteligente tem, só por si não chegam, existe sempre mais conhecimentos, um Sábio como eu, consegue perceber e entender, que há conhecimentos mais supérfluos que outros e que como a verdade, os conhecimentos também podem ser mais relativos que outros.
Resumindo e de forma que entendas, um sábio consegue ter a inteligência suficiente para usar todo o seu conhecimento para chegar a respostas que mais ninguém tem.
Para mim a cultura é relativa e muitas vezes temporal e supérflua, saber o que é "A B C" pode ser importante, ter a inteligência de saber que posso fazer combinações entre estas letras é bom "A A A", "A C B" ou "C C C", mas eu com a minha sabedoria consigo chegar ao "D" ou simplesmente consigo saber e nem perder tempo em algo que não me trás mais valor, muito pelo contrário.
Depois de responder a tua primeira pergunta, a resposta a segunda é mais simples.
O conhecimento que procuras, a mim me trás dor, tristeza, angústia, revolta, impotência, é completamente desumano, eu prefiro não ter conhecimentos que me podem fazer mal, e ao contrário de ti Ignorante, que ainda não possuis este conhecimento, não sofres porque não sabes, igualmente não usas e não fazes mal a outros, mais uma vez porque não sabes o que é isso.
Eu por outro lado e ao contrário do Culto e do Inteligente, que um sabe até ao mais pequeno detalhe, o outro sabe o que é, mesmo não sabendo todos os detalhes sabe usar melhor.
Eu para além de saber o que é e saber usar, prefiro não usar e até gosta de nem saber, também sinto e sofro o mal que esse conhecimento me proporciona, quem sabe um dia, quando eu ascender a um estado superior, consiga não sofrer com o mal que provém deste mesmo conhecimento, mas até lá, vou continuar a carregar o peso deste conhecimento, ainda não sou um Deus, sou humano e sofro com o pouco que sei...
Manuel Cordovil
2016-10-15